MEDIEVAL E CONTEMPORÂNEA
- Angélica Hallack -
Carrego comigo uma longa e negra coroa sobre minha cabeça
Protejo-me com a armadura moldada em barro e ar
Forjada em fogo,que me faz viva,
que não se apaga posto que é amor,dócil quando tem de ser
forte na manutenção de minhas crenças,crescido em honra.
Esta é a espada que ergo para proteger meu castelo.
Onde nas torres mais altas acomodo as mais belas imagens,
as mais belas canções e palavras contidas em quaisquer poemas,
ou soltas nas torres que são meus pensamentos.
Toco bem alto as músicas,projeto as imagens e brado as palavras
para que minha torre não vire uma masmorra
e a beleza se torne mofo ou apodreça.
Dividir e mantêr comigo sem que se percam,
sem que não mais encontrem o caminho de volta.
Dividir para que outros toquem,projetem e bradem juntos,
triplicando o poder,
para que ele não morra presa e encontre ecos em outras vozes,outras torres.
Honro a pele que tenho como armadura
honro tudo que me foi dado sem cobrança,a não ser a responsabilidade
com as terras entorno do castelo,
com o ar que faz girar meus moinhos,
com a água do monjolo.
Um motor contínuo,que continuará perpétuo enquanto a honra aos elementos e a nós mesmos existir.
Princesa,rainha,bruxa?
Sou as três:A criança,a mulher e a anciã
Sou a criança que dança em roda ao volume das músicas tocadas.
Sou a mulher que aprendeu a honrar a armadura que lhe foi dada.
Sou a anciã que se curva em seu jardim,frente a majestade da natureza.
Sou a criança que desenha letras,
A mulher que fabrica e enquadra as imagens,
a anciã que brada as palavras.
Nenhum comentário:
Postar um comentário